Com as informações certas, você fica livre do mosquito e das doenças que ele carrega.


Inseticida, raquete e até um jornal enrolado mata mosquito. Mas somente com as informações corretas você tem a garantia de ficar livre do Aedes aegypti e, consequentemente, das doenças que ele traz: dengue, zika, chicungunya e febre amarela.

O verão favorece a proliferação do mosquito e mais do que nunca é preciso ficar atento aos possíveis criadouros. Como até o Aedes aegypti pode ser tema de notícias fakes e desencontradas, o Sesc foi buscar informações seguras junto aos seus parceiros para ajudar. Confira:

O Aedes só se reproduz em água limpa e parada.

Não é bem assim. O mosquito também coloca ovos em água suja, desde que esteja parada. Qualquer recipiente que acumule água pode virar um criadouro.

A água que fica no pratinho da planta é muito pouca para virar um criadouro.

Não se iluda. O mosquito só precisa de 3ml de água para se proliferar. Além disso, os ovos podem sobreviver por 450 dias sem água.

Só corre o risco de ser picado quem mora perto do mato ou de terrenos baldios.

Não. O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, vive dentro de casa e perto do homem. Ele tem hábitos diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao anoitecer.

Não posso fazer nada a respeito dos focos de mosquito existentes na vizinhança.

Não é totalmente verdade. Quando o foco do mosquito é detectado, e não pode ser eliminado pelos moradores de um determinado local, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada.

Os mosquitos que nascem não carregam o vírus das doenças, logo, não há risco de transmissão.

Errado. Se a fêmea estiver infectada, quando realizar a postura de ovos há a possibilidade de as larvas já nascerem com o vírus – a chamada transmissão vertical. Não vale a pena pagar pra ver.

Na minha casa uso vela de citronela, logo não corro o risco de ser picada por mosquitos.

Os inseticidas “naturais” à base de citronela, andiroba e óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia nem a aprovação pela Anvisa. Portanto, todos os produtos anunciados como “naturais” comumente comercializados como velas, odorizantes de ambientes, limpadores e os incensos, que indicam propriedades repelentes de insetos, não possuem eficácia comprovada.

Mulheres grávidas não podem usar repelente.

De acordo com a Anvisa, não há qualquer impedimento para a utilização destes produtos por mulheres grávidas, desde que estejam devidamente registrados na Agência e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo de cada produto. Para crianças entre dois e 12 anos, a concentração da substância de repelência DEET deve ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Os repelentes devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo e por cima da roupa, e devem ser reaplicados de acordo com a indicação de cada fabricante e em caso de suor excessivo ou contato com água.

O governo já tem uma vacina contra a dengue.

Errado. Ainda não existe vacina ou medicamentos contra dengue, zika ou chikungunya. A única forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros.

Os casos de microcefalia estão relacionados a vacinas estragadas.

O Ministério da Saúde esclarece que todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imuização (PNI) são seguras e não há nenhuma evidência na literatura nacional e internacional de que possam causar microcefalia. O controle de qualidade das vacinas é realizado pelo laboratório produtor obedecendo a critérios padronizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os casos de microcefalia estão relacionados ao uso de larvicidas.

Não existe nenhum estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia. O Ministério da Saúde somente recomenda a utilização de larvicidas em situações especiais, onde há necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente.

No caso das gestantes, só é preciso se preocupar com o vírus da zika no primeiro trimestre de gravidez.

Não é bem assim. De acordo com os casos relatados, até o momento as gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus Zika no primeiro trimestre da gravidez. No entanto, o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação.

Não é só em casa que o Aedes aegypti é um risco. O mosquito também transita nos ambientes de trabalho. De pequenos estabelecimentos comerciais a grandes empresas, todos podem ser alvos. Logo, é preciso realizar uma vistoria detalhada dos espaços com acompanhamentos semanais, envolver os funcionários, treinar as equipes de limpeza e criar uma lista com riscos e focos encontrados. Confira o check list indicado pelo Ministério da Saúde: http://combateaedes.saude.gov.br/images/pdf/Formulario_Acoes_contra_o_Aedes_aegypti_V3.pdf